03/10/2014
Sonho
Sonhei que eu estava numa casa
onde era a ordem franciscana, e eu me via numa sala a lavar louça numa pia, e
nesta sala tinha muita gente, era como se fosse a cozinha, e ia haver uma missa, e as pessoas que iam
participar da liturgia já estavam todas com as suas vestes brancas.
Eu passava por estas pessoas e ia
para outra sala, e nesta segunda sala eu via
outro grupo de pessoas que enchia a sala e todas as pessoas estavam de
vestes brancas, de túnicas. Eu via um frade no meio destas pessoas, e ele
também estava de túnica branca.
Eu passava por estas pessoas e
entrava em outra sala de porta fechada, e nesta sala fechada eu me via sozinha
e a lavar louça também numa pia, mas eis que entra uma pessoa com uma veste
branquíssima, muito alva, e era como um vestido aberto no formato de uma capa,
mas belo, pois tinha detalhes de elastec franzido em alguns pontos, e a pessoa
entrava na sala com esta veste bem aberta me mandando vestir, e eu colocava o
meu braço pelas mangas curtas que ele tinha e vestia. A pessoa ao me trazer a
veste bem aberta dizia:
Olhe que mandaram para você
vestir, pois você vai participar de um momento que vai ter aqui na hora da
celebração.
Eu ficava curiosa e nervosa e
perguntava o que ia acontecer, pois da liturgia não era porque eu vi as pessoas
com as vestes da liturgia, e dizia, como
podem fazer isso, me mandar vestir esta veste sem me falar o que eu vou fazer.
Como eu vou saber o que vou fazer?
A pessoa dizia:
Não é só você que vai usar esta
veste, tem mais um grupo de pessoas que também vão usar e na hora vocês se
apresentam.
Eu vestia a veste muito branca
que abotoava na frente, pois era cheia de botões branco, e continuava a lavar a
louça na pia sozinha nesta sala.
Na sala onde eu via o frade com
um grupo de pessoas estava havendo alguma celebração, mas eu estava a esperar
que me chamassem, e eis que a pessoa que me trouxe a veste branca entra às
pressas e diz: Vem logo porque você vai participar agora.
Eu perguntava o que eu ia fazer e
a pessoa dizia.
Venha logo porque você vai
segurar o menino e a vela para o frade dar a benção final.
Quando eu entrava na sala eu
percebia que estava havendo um batismo, e logo após seria a missa, e a minha
função era segurar a criança com a vela acesa para o padre dar a benção final.
Eu não gostava do que via, pois dizia, como me chamam para participar de um
momento da celebração e não me avisam, me chamando só no final, eu perdi a
celebração do batismo. Eu me aproximava de uma grande pia batismal que ficava
no centro da sala, onde costuma ficar a mesa, e pedia a criança para segurar a
vela acesa. O frade estava a pronunciar as palavras da benção. E ao redor do
frade estavam todas as pessoas com vestes brancas.
Ao pedir o menino para segurar a vela eu acordei e não sei que menino era
este.
Esta casa da ordem franciscana
estava de portas fechadas, a celebração acontecia de portas fechadas.
Neste sonho, após este momento na
ordem franciscana eu me via na casa do sítio em Malta e não sei explicar bem, mas eu via uns seres
estranhos, que eram como filhotes e eram vários, e eu pegava uma vara de pesca
para segurá-los e colocá-los num balde azul de plástico, e eis que eles se
espalhavam rápido, e caminhavam pela casa e eis que sem perceber eu pisava num
desses seres e ao fazer isso eu tenho um susto enorme e acordo com o susto.
Estes seres tinham o corpo como cordões
e separados por dois quadrados.
Era como se fosse um vírus ou uma
bactéria que agente ver num microscópio. Um formato estranho e eles eram
brancos.
Obs.
À noite durante a novena de São
Francisco na ordem franciscana eu fiquei sabendo que hoje é o dia de vários
santos mártires, e ao ler um pouco de sua história, eu vi que há pontos de
semelhança entre o martírio destes santos e o sonho.
Memória aos Bem-Aventurados André
de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, Presbíteros e Companheiros Mártires.
03 de Outubro
Hoje celebramos a Páscoa de
Cristo Jesus na páscoa do martírio dos padres André de Soveral e Ambrósio
Francisco. Em 1645, juntamente com 28 leigos, morreram testemunhando a fé em
Cristo no engenho de Cunhaú e Uruaçu, no Nordeste do Brasil. O martírio é o
maior testemunho de fé, pois o que nos salva verdadeiramente é o amor afetivo
ao próximo, bem próximo, principalmente.
Quando estudamos a história do
nosso país – Brasil – nos deparamos com as invasões holandesas ocorridas no
século seguinte ao descobrimento.
“Estas invasões iniciaram em 1624
até o ano de 1630 e foram dominando todo o nordeste. O Príncipe Maurício de
Nassau governou Pernambuco com habilidade e atraiu a amizade dos brasileiros.
Em 8 de dezembro de 1633 os holandeses chegaram à Capitania do Rio Grande (Rio
Grande do Norte – hoje).
Nesta região havia o engenho de
Cunhaú, importante centro da economia da capitania e no seu entorno tinha a
capela de Nossa Senhora das Candeias e ao redor viviam diversos colonos e suas
famílias. Em função da crise causada pelas autoridades hostis à Igreja e pela
busca de novos fiéis pelos pastores calvinistas que desejavam liderar a região
começou a haver muitos conflitos. O calvinismo era a principal religião da
Holanda. Com o tempo esta situação transformou-se numa grande perseguição
religiosa culminando com os massacres de Cunhaú e Uruaçu. Em 15 de julho chegou
a Cunhaú soldados holandeses, indíos e um chefe, Jacó Rabe, com seu bando que
sempre deixava rastros de violência por onde passava. Foi marcado para o dia
seguinte uma convocação à população para ouvir as ordens do Supremo Conselho
Holandês do Recife. No dia seguinte, domingo, 16 caiu uma forte chuva alagando
toda a região, impedindo um grande número de pessoas de comparecer à esta
reunião. Os fiéis chegaram em grupos de famílias para cumprir o preceito
dominical onde também deveria acontecer esta reunião e, Pe. André de Soveral
iniciou a missa... no momento da consagração a um sinal de Jacó Rabe foram
fechadas as portas da igreja e começo um grande canificina. O Pe. André foi
morto pelo índios potiguaras que não deram importância aos seus apelos em
língua indígena o qual era tão versado. A forma como os fiéis morreram foram de
verdadeiros mártires. Eles aceitaram voluntariamente o martírio por amor a
Cristo, pois seus assassinos agiam em nome de um governo que hostilizava
abertamente a Igreja Católica. Das setenta pessoas martirizadas apenas duas
foram beatificadas: André de Soveral e Domingos de Carvalho.
A notícia do massacre de Cunhaú
espalhou-se por todo o nordeste causando pânico na população por temer novos
ataques. Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Antônio Vilela, Francisco de Bastos, Diogo
Pereira e José do Porto se refugiaram na Fortaleza dos Reis Magos, outros
moradores assumiram sua própria defesa erguendo um forte na cidade de Potengi a
25 km de Fortaleza. Jacó Rabe prosseguia
com seus crimes e todos resistiram o mais que puderam, por 16 dias até que
vieram as artilharias oriundas da Fortaleza dos Reis Magos e se entregaram.
Cinco reféns foram levados à
Fortaleza: Estevão Machado de Miranda, Francisco Mendes Pereira, Vicente de
Souza Pereira, João da Silveira e Simão Correia. Os holandeses decidiram
eliminá-los levando-os rio acima para o porto de Uruaçu. Lá os esperava o
indígena potiguar Antônio Paraopaba e um pelotão armado de índios. Este chefe
indígena fora educado na Holanda e convertido a religião calvinista. Assim que
chegaram ordenaram que todos se despissem e ajoelhassem e deram início a
carnifina. Antes de receberem a palma do martírio na Glória do céu, o mínimo
que lhes aconteceu foi terem olhos, orelhas e línguas arrancadas, orgãos
sexuais cortados e colocados em suas bocas... ainda vivos! Os que não morreram
por essas e outras crueldades começaram a ter seus membros cortados até seus
corpos serem feitos em pedaços.
O contraste desta violência está
na atitude serena e profundamente cristã das vítimas. A caracterização do martírio
pela fé foi a presença de um pastor protestante calvinista tentando fazê-los
renunciar à Igreja Católica em conversão à religião dos holandeses, mas
enquanto eram massacrados confessavam em voz alta que morriam na verdadeira fé.
A morte destes santos homens ocorridas em 3 de outubro de 1645,não eram por
apenas perseguição política, pois não queriam trair o Rei, o soberano
português, mas principalmente por não quererem cerder aos hereges calvinistas e
trair a Religião Católica. Em Uruaçu foram mortos os principais moradores de
Natal, calcula-se cerca de 80 pessoas.”
O texto completo é muito mais
detalhado um verdadeiro retorno a história do nosso país que deixamos lá atrás
nos bancos das escolas... mas nunca aprofundado desta maneira. E na Igreja
Católica a memória destes mártires é pouco conhecida.